Porto na floresta
Polo
Naval do Amazonas aguarda fundo de R$ 280 milhões para obras
Setor
também tem expectativas quanto à desburocratização no acesso a crédito bancário
MANAUS - O
Polo Naval Amazonense espera receber do Fundo da Marinha Mercante (FMM),
até o final deste ano, investimentos estimados em R$280 milhões
destinados às construções de embarcações. O setor também tem boas expectativas
quanto à desburocratização de processos que viabilizem o acesso ao crédito
bancário a partir da criação de uma política de financiamentos.
O desenvolvimento do setor foi
tema de discussão entre os empresários locais e representantes do DFMM
(Departamento do Fundo de Marinha Mercante), vinculado ao Ministério dos
Transportes, durante o ‘Workshop Fundo de Marinha Mercante’ realizado ontem no
auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam),
Centro.
De acordo com o presidente do
Sindnaval-AM (Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e
Reparos do Amazonas), Matheus Araújo, o encontro foi positivo e deve resultar
em melhorias significativas para o setor. Ele afirma que os empresários tiveram
a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o acesso aos recursos financeiros e
ainda, de expressar a indignação quanto à morosidade dos processos.
Araújo disse que um dos pontos de
destaque na reunião foi referente à solicitação de aumento de 20% para 40% do
percentual atualmente adiantado aos empresários que solicitam créditos
bancários. Segundo ele, as representantes do DFMM, Laira Vanessa Gonçalves, e a
coordenadora do Afrem, Gabriela Valadão, acataram as justificativas
apresentadas pelos empresários ao mesmo tempo em que solicitaram um relatório
que apresente o levantamento sócio-econômico da indústria naval do Estado, com
orçamentos baseados nos processos e nos custos de construção.
O documento será compilado em
parceria com o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no
Estado do Amazonas). “As representantes afirmaram que as solicitações farão
parte da pauta na próxima reunião do DFMM e para isso, precisam que entreguemos
esse relatório. Com base nas informações elas irão justificar o motivo de
necessitarmos de aumento nesse percentual que é adiantado aosconstrutores de
embarcações”, disse.
Segundo o presidente, o banco, ao
aprovar um projeto de uma obra, atualmente, divide o orçamento em três etapas.
A primeira, no valor de 20%, é liberada à fabricante para a compra dos
materiais para o início das obras. Enquanto os 80% restantes são liberados
mediante fiscalizações, que são chamadas de ‘medições’. Essas fases ocorrem
conforme o andamento das obras e a solicitação do estaleiro.
“Os 20% que recebemos são
insuficientes para a aquisição do material. Além disso, a liberação das demais
porcentagens só acontecem após uns três meses da realização das medições e isso
é prejudicial porque ficamos sem recursos para continuar o trabalho”, reclama.
“Temos que fazer mágica tirando o valor de um local para destinar a outro, caso
contrário, temos que parar as atividades. Se conseguirmos aumentar esse
percentual e otimizar o processo burocrático, teremos ganhos produtivos e
impulso ao segmento naval local”, completa.
A diretora do DFMM Laira Vanessa
Gonçalves, falou sobre os financiamentos de construção e reparação de
embarcações com recursos do FMM. "A iniciativa é importante principalmente
pelo movimento que está acontecendo na região Norte no transporte de cargas.
Houve um aumentou no período recente devido ao crescimento do escoamento de
grãos pelo Arco Norte. E o Fundo da Marinha Mercante é um instrumento
importante para fomentar esse crescimento. Viemos divulgar as possibilidades de
financiamentos e de fomento, bem como ouvir o setor em relação aos instrumentos
do FMM e verificar o que pode ser melhorado", comentou a diretora.
O presidente do Sindarma, Galdino
Alencar Júnior, destacou que o diálogo dos setores com os gestores do FMM
possibilitará redução das barreiras de acesso aos financiamentos para
modernização da frota com construção e reparação das embarcações. "Esse é
um momento especial de esclarecer todas as dúvidas do FMM sobre ressarcimento e
financiamento. A nossa região é diferenciada porque as rodovias são os nossos
rios e acredito que o Amazonas e demais Estados da região são os principais
necessitados para o funcionamento pleno do FMM. Os setores naval e de navegação
precisam disso", ressaltou.
No Amazonas, até março 16
projetos com financiamento foram contratados com apoio do FMM, sendo 13
embarcações iniciadas (financiamento contratado com liberação de recursos) e
três construções de embarcações a serem iniciadas (financiamento contratado
ainda sem liberação de recursos).
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