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JBS
ajudou a financiar campanhas de 1.829 candidatos de 28 partidos
- 19/05/2017 16h19
- Brasília
Alex
Rodrigues, Yara Aquino e André Richter - Repórteres da Agência Brasil
Apostando em um futuro bom relacionamento com
prováveis candidatos que fossem eleitos em 2014, a J&F (holding
controladora do grupo JBS) destinou mais de R$ 500 milhões para ajudar a eleger
governadores, deputados estaduais, federais e senadores de todo o país, segundo
os delatores. Em um dos depoimentos que prestou ao Ministério Público
Federal (MPF), com quem firmou acordo de delação premiada já homologada pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), o diretor de Relações Institucionais e Governo
da J&F, Ricardo Saud, entregou um levantamento detalhado em que aponta
todos os candidatos financiados pela empresa.
De acordo com Saud, o total em dinheiro repassado
por meio de “pagamentos dissimulados” alimentou as campanhas de 1.829
candidatos. Destes, 179 se elegeram deputados estaduais em 23 unidades da
federação e 167, deputados federais por 19 partidos.
Saiba
Mais
O delator não deixa claro quais pagamentos foram
feitos via caixa 2 e quais foram doações oficiais. No depoimento, divulgado
após a retirada do sigilo da delação, ele dá a entender que os valores citados
se referem apenas às campanhas de 2014. Em outro depoimento, o dono da JBS, Joesley Batista, também
afirmou que a maioria das doações feitas pela empresa tratava-se de propina
disfarçada por contrapartidas recebidas.
“Doamos propina a 28 partidos”, contou Saud,
admitindo que os mais de R$ 500 milhões destinados a agentes públicos para as
eleições de 2014 formavam um “reservatório de boa vontade”. “Era para que eles
não atrapalhassem a gente", afirmou.
O delator cita ainda que foram distribuídas
"propina para 16 governadores eleitos e para 28 candidatos ao Senado que
disputavam a eleição, a reeleição ou a eleição para governador”, acrescentou.
Segundo ele, os governadores eleitos pertenciam ao PMDB (4), PSDB (4), PT (3),
PSB (3), PP (1) e PSD (1).
Ao entregar a documentação aos procuradores, Saud
enfatizou a importância do “estudo” que fez por sua própria conta. “Acho que,
no futuro, isso aqui vai servir. Aqui estão todas as pessoas que direta ou
indiretamente receberam propina da gente.” Os documentos liberados pelo STF não
trazem a lista de todos os nomes que fariam parte deste levantamento aponta por
Saud.
Edição: Amanda
Cieglinski
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