Destruindo um mundo novo
Senadores
visitam obras de Belo Monte a partir de amanhã
6 abril, 2016
Nesta quinta (7) e sexta-feira
(8), senadores da Subcomissão de Acompanhamento das Obras de Belo Monte e da
Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA)
estarão em Altamira para vistoriar o andamento da instalação da usina. Desta
vez, os senadores que acompanham a obra vão centrar atenção no cumprimento das
condicionantes.
Até o momento, confirmaram
presença na diligência os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) que preside a
Subcomissão; Paulo Rocha (PT-PA); David Alcolumbre (DEM-AP); Elmano Férrer
(PTB-PI) e Paulo Bauer (PSDB-SC).
Ontem (5) a concessionária Norte
Energia divulgou informação confirmando que a hidrelétrica de Belo Monte
começou a distribuir energia o que, conforme o cronograma original do
empreendimento, deveria ter iniciado em fevereiro de 2015. Por ora, estão em
operação duas turbinas da usina, diretamente conectadas ao Sistema Interligado
Nacional (SIN). Com uma geração de 650 MW, as duas turbinas já estão fornecendo
energia em fase pré-operação comercial. Atrasado em mais de um ano, com o
início da geração das duas turbinas, a expectativa da Norte Energia é que uma
nova máquina entre em operação a cada dois meses até 2019, quando a usina
atingirá sua capacidade máxima de geração de energia, de 11.233 MW.
Apesar de já estar em
funcionamento ainda que parcial, algumas condicionantes do projeto ainda não
foram concluídas, motivo de preocupação dos parlamentares que integram a
Subcomissão de Acompanhamento das Obras de Belo Monte. É o caso do
reassentamento das famílias de áreas diretamente impactadas pelo empreendimento.
Consta no relatório de acompanhamento mensal de Belo Monte que as 570
residências a serem construídas no novo bairro do Pedral ainda não foram
concluídas, atravancando o remanejamento das famílias.
Outra condicionante ainda
inconclusa é a ligação da rede de saneamento e abastecimento de Altamira.
Conforme as licenças ambientais, a cidade deveria ter 100% de saneamento antes
da usina ficar pronta, situação que ainda está longe de ser uma realidade.
Prevista desde a Licença Prévia, a instalação dos sistemas de esgoto e água
potável, ação que deveria ser entregue no dia 25 de julho de 2014.
O senador Flexa Ribeiro explicou
que o grupo parlamentar vai acompanhar o andamento da obra, em especial o
cumprimento das ações mitigadoras e compensatórias, aprovadas durante a fase de
instalação do empreendimento. As condicionantes integram o Projeto Básico
Ambiental (PBA) da UHE Belo Monte, documento composto por 14 planos, 54
programas e 86 projetos.
‘Entendemos a importância deste
empreendimento ao Brasil, contudo, o Pará não pode ser prejudicado mais uma vez
com as pressões que uma grande obra como esta provoca na região. Vimos isso
acontecer em Tucuruí e não iremos tolerar que se repita em Belo Monte. Desta
forma, iremos até à região para garantir o cumprimento de todas as
condicionantes’, explicou o senador.
Outra pendência está relacionada
à questão do saneamento básico de Altamira. Cerca de 80% do município não tem
abastecimento de água tratada, dependendo de poços artesianos e de outros meios
para captar água. Com a implantação do empreendimento na região, o problema foi
agravado por conta do inchaço populacional. Em 2010, a população era de 99.075.
Atualmente, a estimativa é que o número de habitantes supere 108 mil.
Audiência Pública
Além de visitar o canteiro de
obras e vistoriar as condicionantes, a programação da visita dos senadores,
reserva espaço para que as lideranças locais apresentem suas demandas e queixas
em relação às ações mitigadoras e compensatórias. A diretoria da Norte Energia
deverá participar da audiência pública, que será realizada no auditório do
Centro de Convenções de Altamira, às 18h de amanhã.
Fornecimento de energia
Orçada em R$ 16 bilhões e
leiloada por R$ 19 bilhões, o valor de Belo Monte já supera a casa dos R$ 30
bilhões. Trata-se da maior obra de engenharia em fase de construção no Brasil.
Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo em potência, atrás da
chinesa Três Gargantas e da usina binacional de Itaipu, instalada entre o
Brasil e o Paraguai.
Em construção pela Norte Energia
– empresa responsável pela usina que tem como sócios o Grupo Eletrobras, Cemig,
Vale e Neoenergia, entre outros -, Belo Monte está com 87% das obras civis
concluídas. Quando estiver em plena operação, em 2019, a maior hidrelétrica
genuinamente brasileira terá capacidade instalada de 11.233,1 MW, distribuídos
em duas casas de força: a Principal, no Sítio Belo Monte, com capacidade
instalada de 11 mil MW, e a Complementar, no Sítio Pimental, com 233,1 MW. A
energia gerada beneficiará cerca de 60 milhões de brasileiros, em 17 estados.
As informações são do ORM.
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