Protestar é direito da democracia
Brasileiros
nos Estados Unidos e na Argentina protestam contra o governo
- 13/03/2016 18h31
- Estados Unidos
Leandra Felipe e Mônica Yanakiew - Correspondentes da Agência Brasil
Parte da comunidade brasileira
que vive nos Estados Unidos aderiu às manifestações contrárias ao governo da
presidenta Dilma Rousseff neste domingo (13). Foram registrados protestos e
aglomerações em algumas cidades como Boston, Miami, Nova York e Washington. A
movimentação foi registrada pelos manifestantes que usaram as redes sociais
como o Facebook para publicar fotos e também em sites de notícias brasileiros
regionais nos Estados Unidos.
Em Boston, estado de
Massachusetts, região com a maior comunidade brasileira no país, centenas de
pessoas se reuniram no começo da tarde na Praça de Havard. Em Nova York, o
grupo se concentrou em Manhattan, na Time Square. Na capital Washington, as
manifestações aconteceram em frente ao Consulado Geral do Brasil. Em Orlando,
Flórida, há manifestações previstas para as 18h30 (no horário local de verão),
19h30min no horário de Brasília.
A maioria dos brasileiros que
vivem nos Estados Unidos não apoia o governo Dilma, fato que ficou comprovado
nas eleições de 2014 quando a maioria dos eleitores brasileiros que votaram no
país escolheram outros candidatos. Além das manifestações que aconteceram nos
Estados Unidos, houve manifestações de brasileiros em Londres, Portugal, Canadá
e Argentina.
Repercussão internacional
Os protestos e o volume de
participantes repercutiram na imprensa nos Estados Unidos e na Europa. O The
Wall Street Journal noticiou o protesto e disse que "milhares
protestaram contra a presidente Dilma Rousseff e o partido do governo".
A britânica BBC mostrou os
protestos e destacou a posição da presidenta de Dilma em defesa do
ex-presidente Lula e o posicionamento dela contrário a uma renúncia.
Na Argentina
Carregando bandeiras e cartazes,
cerca de 50 brasileiros se reuniram neste domingo (13) no Obelisco, no coração
de Buenos Aires, em apoio às manifestações no Brasil. Muitos eram
universitários de Medicina, que estudam na Argentina, onde não existe
vestibular e as universidades públicas têm prestigio e são gratuitas.
“Somos cerca de 30 mil estudantes
brasileiros aqui e, mesmo morando fora, muitos de nós sentimos os efeitos da
crise brasileira”, disse o estudante Emerson Pires. “Meus pais me sustentam e,
com a inflação e a alta do dólar, tem sido cada vez mais difícil para eles”.
Isadora Boing , outra estudante,
chegou à Argentina há dois meses. Ela disse que foi ao protesto porque acha
importante ter participação politica – mesmo fora do Brasil. “Espero que quando
o governo perceber que a população está unida contra a corrupção, que tome
decisões coerentes e concretas em relação a isso”, disse.
O pequeno grupo cantou o hino
nacional e gritou slogans contra a presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente
Luíz Ignácio Lula da Silva e o PT. Mas segundo Isadora, os petistas não são o
único alvo. “Queremos uma limpa geral e que todos os corruptos, não importa o
cargo, o partido ou a empresa, fiquem fora do governo e dentro da cadeia”,
disse.
Texto atualizado às 20h30 para acréscimo de
informações
Edição: Fernando Fraga
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