Viva os índios e suas nações.
Após
morte de indígena, Força Nacional vai atuar em área de conflito em MS
- 15/06/2016 22h06
- Brasília
Marcelo
Brandão - Repórter da Agência Brasil
O Ministério da Justiça vai
enviar a Força Nacional ao município de Caarapó, em Mato Grosso do Sul, para
“reforçar a segurança pública” após o assassinato de um indígena
Guarani-Kaiowá na manhã de ontem (14). A decisão do ministro Alexandre de
Moraes foi tomada após conversa com o governador do estado, Reinaldo Azambuja,
que pediu o apoio da Força Nacional.
“Moraes acompanhou com atenção o
problema desde ontem, quando determinou rigorosa apuração dos fatos. A Força
Nacional irá auxiliar as polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal, a fim
de restabelecer a ordem pública e preservar a incolumidade das pessoas e do
patrimônio. Atualmente, a Força já atua no Mato Grosso do Sul, na cidade de
Ponta Porã, em apoio às ações de combate aos crimes fronteiriços”, informou o
ministério em nota.
Sindicato de fazendeiros “desconhece” assassinato
Saiba Mais
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Na contramão das notícias
divulgadas ontem sobre a morte do indígena após uma ação de fazendeiros, o
Sindicato Rural de Caarapó, divulgou nota em que diz “desconhecer” o ataque e a
consequente morte do Guarani-Kaiowá e agente de saúde indígena Cloudione
Rodrigues Souza, de 26 anos.
“O Sindicato Rural desconhece que
houve conflito entre indígenas e produtores rurais em Caarapó nesta terça-feira
(14). Não tem conhecimento também de que o 'conflito' deixou o saldo de um
índio morto e cinco vítimas internadas como sendo vítimas de produtores.”
A entidade diz que foi contatada
pelo proprietário da Fazenda Yvu, Nelson Buanin, no domingo (12). O fazendeiro,
segundo o sindicato, pediu ajuda de produtores da região para “inibir a
presença dos poucos índios que haviam na fazenda”. O sindicato alega que não
foi comunicado sobre disparos de arma de fogo e que tomou conhecimento apenas
do uso de fogos e bombas para dispersar os indígenas “com medo de retaliação ou
reação” por parte destes.
Os Guarani-Kaiowá ocupavam desde
o último domingo o território chamado de Toropaso, dentro da Fazenda Yvu. Esse
território, reivindicado pelos indígenas, foi identificado pela Fundação
Nacional do Índio (Funai) em maio como terra indígena, mas ainda não teve sua
demarcação confirmada.
O Conselho Indigenista
Missionário (CIMI) e o Instituto Socioambiental (ISA) confirmaram o ataque e a
morte de Cloudione com base em relatos de indígenas. De acordo com informações
obtidas pelas duas entidades, os fazendeiros se aproximaram com caminhonetes,
motocicletas e um trator e efetuaram os disparos, matando o agente de saúde
indígena e ferindo outros.
Edição: Luana Lourenço
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