A crise brasileira
Entidades sindicais criticam manutenção da taxa Selic em
14,25% ao ano
- 20/01/2016 21h38
- São Paulo
Camila Boehm - Repórter da Agência Brasil
A
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
criticou a manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano e diz que a
decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) piora a crise e empurra a economia
brasileira para o “abismo”.
“Manter
a taxa básica de juros só serve para manter a economia em recessão, com
impactos negativos na geração de empregos. Aprofunda a crise brasileira,
aumenta a dívida pública e drena recursos da sociedade para o rentismo, ou
seja, para os banqueiros”, disse, em nota, o presidente da Contraf-CUT, Roberto
von der Osten.
De
acordo com a entidade, com a Selic alta, as empresas têm dificuldades para financiar
seus investimentos, reduzem a capacidade produtiva e fecham as portas, o que
faz com que o desemprego aumente e a renda em circulação caia, diminuindo o consumo.
“Para
um país crescer, é necessário que se elevem os investimentos, seja por parte
das empresas ou pelo governo. Sendo assim, é contraditória a ação do Banco Central
em manter a taxa de juros básica da economia”, avaliou Osten.
Saiba
Mais
- CNI considera sensata manutenção dos juros básicos
- Copom mantém juros em 14,25% ao ano pela quarta vez seguida
Para
a Força Sindical, a atual taxa básica de juros é abusiva e não ajuda a baixar a
inflação, como pretende o governo federal.
“A
política econômica do governo está quebrando o país. Milhões de trabalhadores
desempregados e a maioria das empresas com ociosidade de mais de 50%, demonstram
que a política econômica praticada pelo governo Dilma Rousseff está levando
nosso país para o buraco”, disse o presidente da entidade, Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho da Força, em nota.
Segundo
Paulinho, é dever do governo mudar de forma imediata a política econômica para
evitar o agravamento da crise, que prejudica principalmente os mais pobres, os
assalariados e as empresas nacionais.
Avaliação
do comércio
Já a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) disse, em nota, que há argumentos técnicos para justificar manutenção da taxa Selic. “A decisão é compreensível, uma vez que, sem a colaboração da política fiscal, o rigor monetário tende a perder sua eficácia e dificilmente seria capaz, sozinho, de controlar o processo inflacionário em curso”, divulgou.
Já a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) disse, em nota, que há argumentos técnicos para justificar manutenção da taxa Selic. “A decisão é compreensível, uma vez que, sem a colaboração da política fiscal, o rigor monetário tende a perder sua eficácia e dificilmente seria capaz, sozinho, de controlar o processo inflacionário em curso”, divulgou.
A
instituição avalia, porém, que novas altas dos juros teriam efeitos cada vez
menos significativos sobre os preços e ainda agravariam o quadro recessivo,
além de piorar a situação das contas públicas.
Para
a FecomercioSP, o controle da inflação está condicionado ao ajuste fiscal e à
credibilidade técnica do Banco Central. “O quadro de estagnação da economia,
juros altos e inflação elevada só será revertido a partir do momento em que a
questão fiscal começar, de fato, a ser solucionada. Caso contrário, a previsão
para os próximos anos não será diferente”, avaliou a federação.
0 Comentários